Reconstrução de Mama

A mama feminina está associada a beleza, sexualidade e feminilidade e além de seu papel fisiológico, é possuidora de grande caráter emocional. A necessidade de retirada das mamas para o tratamento de doenças pode influenciar a vida social e profissional da mulher, diminuindo a auto-estima. A reconstrução da mama deve ser pensada desde o início do tratamento do câncer.

Os avanços no tratamento do câncer de mama, com o diagnóstico precoce e melhores técnicas cirúrgicas possibilitam cada vez mais sucesso no tratamento dessa doença.

Nas cirurgias de reconstrução mamária, a equipe de Cirurgia Plástica atua em conjunto com outras especialidades (mastologia, cirurgia oncológica, oncologia, fisioterapia, psicologia e outras) com o objetivo de associar todo o conhecimento estético e reparador ao tratamento do câncer. O tratamento multidisciplinar é essencial para obtenção do melhor resultado, tanto oncológico como estético.

Diversos aspectos devem ser discutidos antes das cirurgias, desde os locais de incisão até as questões funcionais relacionadas a cada tipo de reconstrução. Assim como nas cirurgias estéticas, utilizamos os conhecimentos plásticos e técnicas atuais objetivando proporcionar resultados belos e harmoniosos.

Existem diversas técnicas de Reconstrução Mamária e cada caso deve ser avaliado individualmente para indicação correta do tipo de técnica a ser utilizada. Podemos utilizar implantes mamários, expansores mamários, tecidos das costas ou do abdome. Cada caso possui uma indicação adequada. As possibilidades devem ser discutidas em consulta, e o Cirurgião Plástico é o profissional com formação especializada para orientar esta escolha. Com a constante evolução das técnicas em Cirurgia Plástica, conseguimos oferecer resultados cada vez melhores e mais naturais.

Falando sobre o câncer e sobre a mastectomia

 

O câncer de mama ocupa o primeiro lugar nas estatísticas de maior ocorrência no Brasil. Hoje, com a conscientização da necessidade de realização de exames periódicos, o diagnóstico passou a ser muito freqüente e também mais precoce. Seu tratamento, independente se diagnosticado precocemente ou não, sempre irá envolver uma cirurgia para retirada do local acometido. Essa cirurgia poderá variar a depender do tamanho do tumor e do tamanho da mama.

Muitas vezes é seguro indicar apenas a retirada de uma parte da mama, contando que seja possível fazer isso com uma boa margem de segurança. Esses casos são chamados de mastectomias parciais ou, muito comumente, segmentectomia ou quadrantectomia.

Já em outros casos onde o tamanho ou posição do tumor não é favorável, se torna mais seguro indicar a retirada total da glândula mamária: são as mastectomias totais. Muitas vezes, mesmo realizando uma mastectomia total, ainda é possível preservar a pele da mama, retirando apenas a glândula mamária que é o conteúdo interno. Outra questão a ser resolvida pelo mastologista é a possibilidade de preservação da aréola e do mamilo.

Portanto, existem muitas variáveis que devem ser consideradas para realização da cirurgia: mastectomia total ou parcial, preservação da aréola e mamilo, preservação da pele. Mas, sempre devemos ter em mente que o foco principal é o tratamento seguro da doença.

Perguntas mais frequentes

Quem pode submeter-se à reconstrução da mama?

Todas as pacientes que desejarem desde que seja de comum acordo com o mastologista que irá acompanhá-la e que suas condições de saúde permitam uma cirurgia de grande porte.

Que tipo de reconstrução devo escolher?

A escolha do tipo de reconstrução deve ser feita pelo Cirurgião Plástico em conjunto com a paciente. Ele levará em conta algumas informações técnicas como qual tipo de mastectomia será realizada, se a pele da mama e a aréola com mamilo serão preservados, se terá esvaziamento axilar e quais as chances da paciente ser indicada para realização de tratamentos complementares (quimio e radioterapia). Essas informações serão somadas às características anatômicas individuais de cada paciente (excesso de tecido nas costas ou no abdome) e com a opinião da paciente sobre os diferentes tipos de reconstrução.

Quando fazer?

Em princípio, é possível a realização da reconstrução ao mesmo tempo da mastectomia: reconstrução imediata. Mas essa decisão fica a cargo do Mastologista e do Cirurgião Plástico. Existe uma tendência mundial em se indicar a reconstrução imediata pois ela apresenta algumas vantagens sobre a reconstrução tardia. Dentre elas, o obvio efeito psicológico de evitar a imagem de mutilação e de permitir melhores resultados estéticos por aproveitar melhor a pele remanescente da mama. Entretanto, muitos médicos podem contra-indicar a reconstrução nos casos de doença mais avançada ou quando a paciente apresenta comorbidades que a impeçam de realizar uma cirurgia de grande porte. Para muitos cirurgiões a radioterapia também pode ser um fator que pese a favor da reconstrução tardia pois, quando muito agressiva, pode danificar o resultado da reconstrução.

Quantas cirurgias são necessárias?

Podemos dizer que no mínimo duas cirurgias serão necessárias para finalizar a reconstrução. Poucos são os casos em que é possível a realização de uma reconstrução completa em uma única etapa. E, em alguns casos, serão necessárias mais que duas cirurgias. Os fatores que determinam isso são:

  • Será necessário refazer a aréola e mamilo?
  • Será necessário operar a outra mama para melhorar a simetria entre elas?
  • Foi utilizado um expansor temporário que deve ser substituído por uma prótese?
  • Será necessário corrigir ou reposicionar alguma cicatriz?

Esses exemplos acima serão sempre realizados em uma segunda cirurgia. A segunda cirurgia é comumente chamada de cirurgia de simetrização, pois é nessa etapa que será realizada a plástica da outra mama com a intenção de deixá-las semelhantes. Além disso, é possível fazer injeção de gordura, retirada através de lipoaspiração, na mama reconstruída para dar melhor forma e contorno e corrigir algumas irregularidades resultantes da mastectomia. São raros os casos em que essa etapa não é necessária.

É preciso fazer algum acompanhamento da mama reconstruída?

A mama reconstruída, que habitualmente chamamos de neomama, também deve ser acompanhada. Os exames serão realizados conforme a rotina normal de avaliação da mama contralateral. Pode ser feita ecografia, mamografia e ressonância magnética mesmo nas mamas reconstruídas com próteses e expansores.

Os planos de saúde cobrem a reconstrução de mama?

A legislação assegura que o procedimento cirúrgico seja realizado tanto pelo Sistema Único de Saúde – SUS (Lei nº 9.797/99) como pelo Plano de Saúde (Lei nº 9.656/98, alterada a Lei nº 10.223/01).